A doença de alta letalidade é transmitida por mosquitos. Depois do surto em 2018, os casos se estabilizaram, mas sua zona de transmissão segue em expansão

A febre amarela é uma doença causada por um vírus transmitido por mosquitos.

Hoje, ainda circula em 47 países — 34 na África e 13 na América do Sul, incluindo o Brasil. Pessoas que vivem ou visitam essas nações precisam se vacinar.

Antes, a doença era restrita ao Norte e a Minas Gerais, mas tem expandido sua área de transmissão. A única região que permanece livre de registros, por ora, é o Nordeste.

O vetor

A infecção é dividida em dois ciclos de transmissão: silvestre e urbano.

Macacos são o reservatório natural do vírus, mas quem o transmite para nós são os mosquitos, após picarem um animal infectado.

No ciclo silvestre, mais comum, que ocorre em zonas de mata, os vetores  são o Haemagogus e o Sabethes. No ciclo urbano, o Aedes aegypti e seu primo Aedes albopictus.

A infecção

Mesmo em 2018, todos os casos foram considerados de ciclo silvestre — nenhum Aedes estava envolvido.

Independentemente do vetor, com a picada, o vírus se espalha pelo corpo e, entre três e seis dias depois, começam os sintomas.

Os primeiros são febre, dor de cabeça, dores musculares, náusea e vômito.

O amarelo

Por sua ação sistêmica, o vírus também ataca o fígado, levando a liberação excessiva de bilirrubina, substância que provoca a icterícia, quando pele e olhos ficam amarelos.

Daí o nome da doença.

O quadro é perigoso: as células do órgão são destruídas nessa história e há risco de uma hepatite fulminante.

A complicação

Com o fígado danificado, o organismo perde componentes importantes que coagulam o sangue, quando necessário.

Por isso, podem acontecer hemorragias, em especial no sistema gastrointestinal.

Outro perigo é a sepse. Não raro, a doença pode matar em cerca de 20 a 50% dos casos. É considerada a mais perigosa entre as arboviroses.

E a vacina fracionada?

Em 2018, quando mais de 500 casos foram registrados em São Paulo, o Ministério da Saúde adotou a dose fracionada da vacina. Ela continha um quinto do total padrão e, segundo estudos, também é eficaz, em especial para conter surtos.

A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) recomenda, contudo, que quem a tomou reforce a proteção com a dose plena. Ela não é aceita para o certificado necessário a viagens internacionais.

Fonte: saude.abril